Com o objectivo proporcionarmos aos idosos uma actividade diferente e manter o cérebro activo, perguntamos-lhes se gostariam de fazer uma cópia de um conto popular português.
Três idosas, que sabem ler, aceitaram pegar na caneta e escrever o "ditado". O resultado foi muito positivo ao verem que a caligrafia e os ritmos de escrita eram diferentes de cada um. Até deu tempo para se divertirem e aprenderem umas palavras novas. Os idosos referiram:
"Já não escrevia assim há muito tempo e ainda aprendi uma história" - Maria Lurdes M.R;
"A ultima vez que escrevi foi o meu nome para assinar um papel" - Maria das Dores M. Simão;
"Eu gosto de escrever, por isso cá estou para participar, temos de escrever bem para não gaguejarmos" - Augusta Fonseca.
29 de Janeiro de 2014
As Irmãs Gagas
Uma mãe
tinha três filhas e todas eram tatas. Para fazer que elas não perdessem
casamento, disse-lhes:
- Meninas, é preciso estarem sempre caladas quando vier aqui a casa algum
rapaz. Doutro modo, nada feito!
De uma vez, trouxe-lhes um noivo para ver se gostava de alguma delas, e
tinha-se esquecido de repetir a recomendação às filhas. Estavam, pois, elas na
presença do noivo, que ainda não tinha dado sinal para quem ia a sua simpatia,
quando uam delas sentiu chiar o lume. E logo disse muito lampeira:
- Ó mãe, o tutalinho fede (isto é: «O pucarinho ferve»)!
Diz dali a outra irmã:
- Tira-le o této e mete-le a tolé (isto é: «Tira-lhe o testo e mete-lhe a
colher»).
A última, zangada por ver que as irmãs não obedeciam à habitual recomendação da
mãe, exclamou:
- A mãe nam di que não falará tu? Pois agora não tasará tu (isto é: «A mãe não
disse que não falarás tu? Pois agora não casarás tu)!
O noivo, assim que viu que todas elas eram tatibitate, desatou a rir e fugiu
pela porta fora.
«Contos Populares Portugueses»
Fonte imagem: imagem retirada da internet
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